Eu e meu companheiro de natureza e de vida, Ubirajara (Bira), há tempos desejávamos conhecer a Floresta Nacional de Carajás, famosa pelo avistamento de onça-pintada e pelo seu estado de preservação. Aproveitamos o feriado de Carnaval para unir esse desejo à busca por um destino mais tranquilo e escolhemos o município de Parauapebas, PA, uma das cidades que abrange a área da Flona de Carajás.
A vista da floresta da varanda do Carajás Hotel.
A vista da floresta da varanda do Carajás Hotel.
Detalhe da floresta da varanda do Carajás Hotel.
Choca-d’água na varanda do Carajás Hotel.
Harpia avistada da varanda do Carajás Hotel.
Durante nossa estadia no hotel, avistamos muitas outras aves: araçari-de-bico-riscado, araçari-de-bico-branco, tucano-do-bico-preto, tucano-cachorrinho, tiriba-de-hellmayr, araracanga, arara-vermelha, saíra-de-bando, cardeal-da-amazônia, papagaio-verdadeiro e beija-flor-de-bochecha-azul, entre outros. A varanda do hotel proporciona uma visão privilegiada, pois as aves pousam nas copas das árvores na altura da varanda e se alimentam das frutas e flores das árvores próximas, como pés de açaí e embaúba.
Araçari-de-bico-riscado na varanda do Carajás Hotel.
Araçari-de-bico-branco na varanda do Carajás Hotel.
Tiriba-de-hellmayr na varanda do Carajás Hotel.
Araracanga na varanda do Carajás Hotel.
Arara-vermelha na varanda do Carajás Hotel.
Saíra-de-bando na varanda do Carajás Hotel.
Cardeal-da-amazônia na varanda do Carajás Hotel.
Fizemos dois passeios na Flona de Carajás, mas não com foco exclusivo na observação de aves. No primeiro, um passeio privado com a guia Priscila, percorremos as trilhas Castanheiras e Quarubarana. No início da trilha, chovia um pouco. Vimos e ouvimos diversas aves, mas não conseguimos fotografá-las. O canto do cricrió sempre marcando a trilha sonora da floresta. Durante o percurso, um animal grande e de pelo claro se assustou conosco e correu mata adentro. Suspeitamos que fosse uma onça-parda. Mais à frente, encontramos fezes de onça, reforçando nossa suspeita.
Fungo na trilha Castanheiras, Flona de Carajás.
Caramujo na trilha Castanheiras, Flona de Carajás.
Maitaca-de-cabeça-azul na trilha da Lagoa da Mata, Flona de Carajás.
Tamanduá-mirim na Lagoa da Mata, Flona de Carajás.
Flor de Carajás, Ipomoea cavalcantei, ocorre nos campos ferruginosos e é a espécie-símbolo da cidade de Parauapebas.
Cachoeira de Águas Claras localizada no Parque Nacional dos Campos Ferruginosos.
Para visitar a Flona, é obrigatório contratar um guia credenciado pelo ICMBio. A lista de guias pode ser encontrada na Cooperativa de Ecoturismo de Carajás (Cooperture Carajás), disponível no link:
https://parauapebas.pa.gov.br/wp-content/uploads/2024/05/Lista-de-Condutores-2023-5-1_compressed.pdf
Também visitamos o Parque Zoobotânico, onde todos os animais presentes ali ocorrem no bioma amazônico. O parque está localizado dentro da Flona de Carajás e possui uma extensa área verde, permitindo que diversos animais sejam observados soltos. Nessas condições, conseguimos ver um macaco-bugio-de-mão-ruiva, arara-vermelha e um cricrió bem de perto, cantando — uma cena rara na floresta, onde ouvimos a ave, mas é difícil encontrá-la em meio a vegetação. Além disso, um maguari circulava livremente pelo parque. O acesso ao parque Zoobotânico é gratuito e necessita apenas da retirada de uma autorização de acesso ao local na portaria da Flona de Carajás junto a instalação do ICMBio.Cricrió livre na árvore dentro do Parque Zoobotânico.
Onça parda no Parque Zoobotânico, Flona de Carajás.
A experiência de conhecer a Floresta de Carajás foi bem legal e rica. Quando recebi o convite para compartilhar essa vivência no blog do Observaves, topei na hora. Minha intenção é incentivar mais pessoas a visitarem a floresta e fortalecer o turismo de natureza na região. Durante nossa estadia, notamos que, no hotel e na cidade, todos presumiam que estávamos ali a trabalho na mineração, e não pelo ecoturismo. Esse olhar precisa mudar, e espero que mais viajantes se aventurem por Carajás com os olhos voltados para a riqueza natural que ela tem a oferecer.
Eu e Bira na área dos campos ferruginosos. Foto: Milton Rosário.
Sensacional o relato, parabéns pela viagem e por ter escrito o relato compartilhando informações.
ResponderExcluirObrigado Hilton.
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