sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

AVES NO MEU QUINTAL

AVES NO MEU QUINTAL - Por Madalena Castro

Nasci no interior de Goiás e, desde criança, sentia um amor incondicional pelos animais. Mesmo com pouca idade, já brigava e discutia por não aceitar como eram tratados os bichos e pássaros engaiolados, triste situação. Para o meu olhar, as aves, flores e peixes, são os seres vivos mais bonitos deste nosso planeta. Sempre tive o hábito de admirar e sonhava com o dia em que poderia fotografá-los.

Com esse amor pelos animais, vim para o Distrito Federal, onde foi possível cursar o 2º grau, hoje ensino médio e, após, fiz licenciatura em Biologia. Fui professora de Ciências Naturais e, quando me aposentei, pude comprar minha primeira câmera. A partir daí, me tornei uma observadora e fotógrafa de aves, com a primeira postagem no Wikiaves em 2012. Em 2017, passarinhando no Jardim Botânico, encontrei o Observador de aves Carlos Goulart e família, que me apresentou o topetinho-vermelho e me convidou para participar do grupo Observadores de Aves do Planalto Central – Observaves. Conhecer e fazer parte desse grupo fez um grande diferencial na minha observação de aves, aprendi e aprendo até hoje com todos os participantes e com as saídas do grupo para passarinhar nos parques, unidades de conservação e arredores aqui do Distrito Federal.

Desde então, não parei mais, posto pouco, mas estou sempre fotografando por onde vou, desde pardais até araras (minha paixão), inclusive no meu quintal e no condomínio onde moro, assim como nos quintais de vizinhos e de parentes. Hoje, sei que a observação de aves faz parte da minha vida. O meu mestre, que me deu as primeiras dicas, foi o observador de aves Álvaro Araújo, que morava aqui no condomínio e quem fez os primeiros registros dos pássaros que pousavam por aqui, produzindo um livro com algumas espécies.

A arquitetura e paisagismo modernos não contemplam os jardins e quintais com flores e frutas; e isso faz falta para a alimentação dos pássaros, que cada dia vêm perdendo seu habitat natural com a criação das cidades e condomínios, como é o caso aqui do Distrito Federal. Uma forma de ir contra esse movimento é arborizar. Um quintal arborizado pode trazer muitos benefícios, tanto para nós e para o meio ambiente. As árvores ajudam a reduzir a temperatura do ambiente, melhora a qualidade do ar, do habitat para os animais, principalmente para os pássaros.

Tenho o privilégio de morar em casa e ter um pequeno quintal, no qual sempre cultivo plantas ornamentais com flores e árvores frutíferas, os meus comedouros naturais, que são um verdadeiro chamariz para as aves. Em cada época do ano e da planta que dá frutos, aparecem diferentes pássaros, como saíras, sanhaços, cambacicas, canários (estes estão até reproduzindo aqui), corruíras, maracanãs, periquitos, etc. Outro privilégio é morar em um condomínio horizontal: aqui, já registrei e avistei mais de 100 espécies, por todos os lados, estou sempre em contato com os pássaros, vendo ou ouvindo e, dependendo da estação do ano, tem uns que me acordam de manhã, por volta de 04h30.

                Essa conexão com um quintal mais natural, os animais domésticos e pássaros ajudam reduzir o estresse, os dias ficam mais alegres. Aliás, ter animais domésticos e plantas que atraem os pássaros, comedouros naturais, bebedouros, ninhos, foi a maneira que encontrei para ter mais paciência, serenidade, alegria… Dá trabalho ter um quintal arborizado e animais, mas vale a pena. Nada de quintais cimentados ou concretados, plante árvores, inclusive frutíferas que dão flores, faça hortas, plante grama e você vai se surpreender…

Segue algumas fotos de pássaros no quintal que às vezes fotografo. 



















































quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Vamos Passarinhar 2025 - Parque Ecológico do Guará

Parque do Guará, um encontro com a natureza no coração do DF.

Passarinhar no Parque do Guará é uma daquelas experiências que renovam a alma. A mistura de silêncio e canto de pássaros já cria um clima diferente, quase como se o parque abrisse uma porta para outro ritmo de vida. Nesse último dia 30 de novembro, as primeiras horas da manhã foram especialmente mágicas: a luz dourada atravessava a vegetação do cerrado, o ar ainda estava fresco e as aves pareciam mais ativas, voando baixo, vocalizando e se exibindo entre os galhos.

Sobre o Parque do Guará, “registrado como Parque Ecológico Ezechias Heringer, com uma área de 306,44 hectares, está localizado dentro da Unidade de Conservação APA (Área de Proteção Ambiental) do Planalto Central. Banhado pelo córrego Guará, é refúgio para algumas espécies de répteis, pequenos roedores e diversos tipos de pássaros. Seu nome homenageia o engenheiro pioneiro no estudo do cerrado e suas orquídeas. A área onde está localizado foi um dos locais do DF em que o agrônomo e ambientalista Ezechias Heringer mais atuou, tendo observado variedades raras de orquídeas típicas do cerrado e nativas desta região.

...

No processo de recategorização pelo qual estão passando todos os parques do Distrito Federal, administrados pelo IBRAM, com o objetivo de adequá-los às categorias previstas no Sistema Distrital de Unidades de Conservação da Natureza (SDUC), o Parque Ezechias Heringer, hoje parque Ecológico, passará a ser parque distrital. O parecer dos técnicos, que estão trabalhando na recategorização, diz o seguinte sobre esta Unidade de Conservação: “Considerando os atributos e sua alta importância ambiental sugere-se que o Parque receba status de Unidade de Proteção Integral. Propõe-se sua recategorização como Parque Distrital Ezechias Heringer, com possibilidade de fusão com a Reserva Biológica do Guará, que praticamente tem atributos ecológicos semelhantes”.” (Fonte: Instituto Brasília Ambiental – IBRAM)


 

Pronto.... com as câmeras ligadas, antes mesmo de todos os amigos passarinheiros chegarem, os tesourinhas-do campo estavam num assanhamento só.

tesourinha-do-campo (Tyrannus savana
Autor: Edmar Chaperman

Tesourinha-do-campo (Tyrannus savana
Autor: Edmar Chaperman

Tesourinha-do-campo (Tyrannus savana
Autor: Edmar Chaperman

Mas não só eles abrilhantaram esse encontro mensal. Encontramos:

tiziu (Volatinia jacarina
Autor: Normando Bona

golinho (Sporophila albogularis) - macho 
Autor: Normando Bona

corruira (Troglodytes musculus
Autor: Normando Bona

balança-rabo-de-chapéu-preto (Polioptila plumbea
Autor: Márcia Wolf

graveteiro (Phacellodomus ruber
Autor: Carlos Neto

sanhaço-de-coleira (Schistochlamys melanopis) - jovem
Autor: Márcia Wolf

E a primavera também é sinônimo de aves. É nesse período que a luz se alonga e o ar se enche de novos perfumes, que os ninhos se multiplicam, as casinhas são construídas e as cores das penas parecem mais vivas. É o anúncio do renascimento...

sabiá-do-campo (Mimus saturninus
Autor: Normando Bona

joão-de-barro (Furnarius rufus
Autor: João Rios

Como nem só de aves vivem os passarinheiros, as trilhas também serviram para belos registros de contemplamentos.  Nascentes e um córrego que corta o parque são raros recantos de água que, naturalmente, atraem aves para beberem e se alimentarem.

Autor: Normando Bona

Ao final do encontro, ficamos saboreando um recheado café da manhã, com inúmeros bolinhos, pães de queijo, café, um chá especial de manga vindo diretamente do Sri Lanka e um delicioso panetone, afinal o fim de ano chegou. O descanso também serviu para discutirmos alguns tópicos importantes como a definição de encontros extras trimestrais, a tentativa de escolha do local para o próximo encontro e uma pincelada sobre a passarinhada em Rondônia para 2026, chamando a atenção para o fato de que já existe na Comunidade OBSERVAVES, um grupo chamado “Rondônia 2026”, com informações atualizadas.

Autor: João Rios

 
Autor: João Rios

 

Autor: João Rios

 Até a próxima pessoal...partiu “Confraternização de Natal 2025”.

Texto: Márcia Wolf

Lista de Aves - clique aqui e conheça a lista completa de aves do Parque.

domingo, 30 de novembro de 2025

Vamos Passarinhar 2025 - Aruanã-GO

Data: 20 a 23/11/25

Local: Aruanã (GO)

Foto: Sílvio Wolff
Nos dias 20 a 23 de novembro o Observaves esteve em Aruanã, Goiás, às margens do Rio Araguaia, para mais uma expedição fotográfica. Estiverem presentes Geraldo Castro, João Rios, Herycka Sereno, Madalena Castro, Silvio Wolf e Werner Bonnet. Ilza e Maurício Fujyama, devido a compromissos de agenda, não puderam acompanhar o grupo, mas estiveram na cidade dias antes. A hospedagem deu-se no Hotel SESI, sob a orientação do gerente André Bomfim, que proporcionou à equipe atendimento digno dos hotéis cinco estrelas. 

Foto: Sílvio Wolff

O objetivo da expedição era registrar as aves da região e dar treinamento básico aos guias irmãos Gordo e Edson, sendo a parte educativa do Observaves. Os deslocamentos foram feitos a pé na reserva da Portobrás e de barcos pelos rios Vermelho e Araguaia, onde foi servido delicioso almoço num rancho à beira do rio Araguaia.

Foto: Sílvio Wolff

Dentre as cerca de 75 aves registradas as mais cobiçadas foram cigana (Opisthocomus hoazin), caturrita (Myiopsitta monachus), talha-mar (Rynchops niger), arredio-do-rio (Cranioleuca vulpina). 

 Ao final da expedição ficou combinado com o gerente André Bomfim que o Hotel SESI realizará uma exposição com cerca de 24 aves escolhidas pelos fotógrafos.

Texto: João Rios

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