domingo, 17 de março de 2019

Vamos Passarinhar nos Parques do DF 2019 - Pq. Ecológico de Águas Claras

Saudações Passarinheiras!

Para você que participa ou acompanha as atividades do Observaves também pelo nosso blog, faremos neste post um breve relato da passarinhada desse domingo, dia 17/03/19, realizada no Parque Ecológico de Águas Claras, no âmbito do projeto Vamos Passarinhar nos Parques do DF, uma parceria com o IBRAM que vem dando muito certo.

o grupo
Iniciamos a passarinhada por volta das 8h com aproximadamente 33 participantes (Uau, que grupo!). Logo um caburé provocou certa agitação entre os passarinhos (por se tratar de um predador natural de pequenos pássaros, é comum haver uma concentração de aves ao seu redor para tentar espanta-lo) e passarinheiros (esses querendo observar e fotografar, claro!). Sabiás, o corajoso beija-flor-tesoura e até o pequenito ferreirinho-relógio se agruparam em bando para tentar expulsar ou ao menos afastar o caburé dos arredores.

Restabelecida a calmaria, visitamos os pequenos lagos artificiais que margeiam o fragmento de mata de galeria do parque. Os marrequinhos pé-vermelho estavam por ali, como sempre, e cada vez mais acostumados com a movimentação humana. Patos e ganços exóticos também.

Seguindo em frente em direção à area central do parque, que antigamente eram um imenso gramadão (ainda tem bastante gramado, porém na área onde foram plantadas diversas mudas de espécies nativas do cerrado já se forma um belo cerradinho), observamos diversos passarinhos que forrageavam (busca por alimento) nos capinzais ou mesmo no solo em busca de sementes e frutinhos, como o canário-da-terra, baiano, chorão, tiziu e o canário do mato, dentre outros.

Chegamos então ao ponto alto da passarinhada, na qual um dos passarinheiros pede ajuda para identificar a espécie de sua foto, uma ave azulada. Segue a transcrição do diálogo:

"- Amigo, que espécie é essa ?
- Que legal, é um pararu-azul!  Onde você fotografou o bichinho?
- Ali atrás, alguns minutos atrás!
- O queeeee ?  Pararu-azul aquiiii ?"

Imagine a cena onde diversos passarinheiros se amontoam no local onde a ave foi vista. Tá bom, não precisa imaginar, a foto da turma taí ao lado. A pergunta é: Conseguiram ver?! Claro, e ainda rendeu fotos interessantíssimas como a do trio de rolinhas (ver abaixo). Cabe ressaltar que a pararu-azul é, até então, uma espécie incomum no DF com registros esparsos e geralmente feitos na área rural. Encontra-la ali, no parque que é circundado pela maior concentração de prédios por metro quadrado do DF foi algo inusitado. Um feito, e que nos diz algo importante:  ainda temos muito o que aprender sobre o comportamento das aves!

trio pararu-azul, fogo-apagou (centro) e rolinha-roxa. Foto Ed Ferreira

Por fim, a passarinhada foi "interrompida" pelas famosas águas de março, com um saldo de aproximadamente 35 espécies de aves avistadas em pouco mais de 3h de campo.  A lista completa das aves registradas por ser acessada aqui.


Pararu-azul - Moacir Santos

Pé-vermelho - Rodrigo Pertoti


Sabiá-do-campo - Rodrigo Pertoti


Sabiá-laranjeira - Rodrigo Pertoti


Caburé - Foto e Arte: Ed Ferreira

sábado, 9 de março de 2019

Onde Passarinhar em Bsb - Parque da Cidade

PARQUE DA CIDADE DONA SARAH KUBITSCHEK


O PARQUE DA CIDADE DONA SARAH KUBITSCHEK, também conhecido por Parque da Cidade, está localizado na Asa Sul em Brasília (Srps - Brasília, DF, 70297-400).

Imagem de satélite de Brasília, o Parque da Cidade
consta destacado em laranja (Google Imagens).


Este parque urbano se encontra no centro da capital e possui 395 hectares com diferentes ambientes ao ar livre, onde se pode desenvolver atividades de lazer, como piqueniques, aniversários e shows. Há parques infantis, quadras poliesportivas, ciclovia, pista de caminhada, além de um lago artificial. É um dos maiores parques urbanos do mundo e devido a sua excelente estrutura, é considerado patrimônio de Brasília.

Em relação à avifauna, aproximadamente 115 espécies de aves¹  já foram registradas no Parque da Cidade. Aves aquáticas, como garças e socós, podem ser observadas na margem do lago do parque e nas ilhas que o pontilham. Pode-se ver espécies como a garça-branca-grande (Ardea alba), a garça-vaqueira (Bubulcus ibis), o socó-dorminhoco ou savacu (Nycticorax nycticorax) e o martim-pescador-grande (Megaceryle torquata). Menos frequentes, mas também presentes, são o tapicuru (Phimosus infuscatus), o irerê (Dendrocygna viduata) e a águia-pescadora (Pandion haliaetus).

Em seus gramados com árvores esparsas, ainda é possível observar algumas espécies típicas de cerrado sensu stricto e de ambientes abertos, como o falcão-de-coleira (Falco femoralis), o pica-pau-do-campo (Colaptes campestris), o suiriri-cinzento (Suiriri suiriri) e o papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva). Algumas espécies endêmicas do Cerrado também podem ser registradas no parque, como a gralha-do-campo (Cyanocorax cristatellus) e o chorozinho-de-bico-comprido (Herpsilochmus longirostris).

Uma das grandes atrações do parque, especialmente para quem é observador de aves, é o bacurau-norte-americano (Chordeiles minor). Essa é uma espécie migratória que viaja da América do Norte rumo à América do Sul, chegando por aqui em torno de outubro e permanecendo até março. Alguns indivíduos anualmente se empoleiram nas árvores do estacionamento 10 do Parque da Cidade, onde é possível vê-los durante o dia e fazer vários clicks.


Há outras espécies migratórias que podem ser observadas com facilidade no parque, como a tesourinha (Tyrannus savanna), de Setembro à Dezembro, e o Príncipe (Pyrocephalus rubinus), de Abril\Maio, quando chega ao DF com uma plumagem de descanso, à Setembro\Outubro, quando retorna à região sul do Brasil já com a plumagem nupcial\reprodutiva. 


texte
Príncipe. Macho com plumagem de descanso reprodutivo. Registro feito em 24/04/2017 por Tancredo Maia Filho
Macho com plumagem reprodutiva. Foto: Bertrando Campos, em 18/08/2015

Uma espécie que está se tornando cada vez mais comum em Brasília, em plena área urbana, é o cochicho (Anumbius annumbi). Há, inclusive, uma população residente dentro do parque. A forma mais fácil de encontrá-lo é buscando por seu ninho, um grande emaranhado de gravetos instalado na copa das árvores.

¹ Utilizada a base de dados do site Ebird, consultada em 09/03/2019

Garça-branca-grande - Carla Ribeiro

Garça-vaqueira - Rogério de Castro


Savacu - Jussara Gruber


Martin-pescador-grande - Paulo Lahr

Tapicuru - Sandra Beatriz Zarur

Falcão-de-coleira - Marcelo Vinícius

Pica-pau-do-campo - Nelson Azevedo Filho

Bacurau-norte-americano - Celso B. Martins

destaque para o ninho do cochicho. Foto de Bruno Morais

Cochicho - Rodrigo D'Alessandro



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